terça-feira, 25 de outubro de 2011

Especial Halloween- YOTSUYA KAIDAN A triste historia de Oiwa-san



Em comemoração ao Halloween, eu vou fazer um especial essa semana contando historias de arrepiar do japão!
Hoje vou contar a historia de Oiwa, que tambem pode ser vista nos episodios de 1 ao 4 de Akashi Classic Horror, um anime de 2006 que conta tres historia assombradas, e baseadas em fatos reais, na era Edo.

O verão se aproxima e com ele a estação quente da contemplação do Hanabi, do Matsuri e do Bom-Odori vestido de yukata (quimono de verão)...


Tudo isso é refrescante, mas o que é mais refrescante nesta época, fazendo com que as pessoas, literalmente, “suem frio” são as histórias verídicas arrepiantes que datam da era Edo.

A mais famosa é o Yotsuya Kaidan que conta a história de Oiwa, uma bela mulher que vivia com o seu marido Lemon no bairro hoje conhecido como Yotsuya em Tóquio. Um dia, Oiwa adoeceu e Lemon, impaciente, começou a destrata-la, chegando inclusive a usar de violência. Oiwa agüentava calada, pois tinha a esperança de que um dia Lemon viria a vingar a morte do seu pai, morto em circunstancias misteriosas. O que Oiwa não sabia é que fora o próprio Lemon, o causador da morte do sogro.

Um dia, Oume, filha de um rico comerciante local apaixona-se por Lemon e este, cheio de interesse, começa a corresponder. Oume, apesar de bonita e rica, era maquiavélica e vendo, que Oiwa seria um empecilho para a relação de ambos, entrega a Lemon uma droga potente para dar a Oiwa.

Tomando a droga, o rosto de Oiwa começa a deformar e o cabelo a cair, fazendo a outrora bela Oiwa adquirir uma aparência terrível.

Enquanto isso, afim de ter uma desculpa para se separar de Oiwa, Lemon ameaça um jovem para que este seduza Oiwa porém, ao ver Oiwa o jovem fica amendrontado e acaba confessando toda a trama de Lemon.

Denorteada, Oiwa põe fim à própria vida cortando a garganta.

Chegando em casa e ao tomar conhecimento da situação, Lemon, enraivecido, mata o jovem e, jogando os 2 cadáveres no rio, revela ao povo que os 2 eram amantes.

Na noite de núpcias de Lemon e Oume, entretanto, aparece os espírito de Oiwa e enlouquecido de medo, Lemon acaba por degolar Oume e matar os seus familiares.

O povo, compadecido pelo triste destino de Oiwa, resolve enterrar o seu corpo no terreno próximo à sua casa e posteriormente um templo é erigido para a veneração do seu espírito.

• túmulo onde se encontra os restos mortais de Oiwa.

TÚMULO DE OIWA

Hoje, o túmulo de Oiwa encontra-se no interior do templo Myookooji, próximo a estação Sugamo do Metrô Mita Line. O templo ficava originalmente em Yotshuya, mas em 1909 mudou-se para o atual bairro. O túmulo de Oiwa fica aos pés de uma árvore e é local de peregrinção de artistas que representam a personagem em peças teatrais como é o caso de Kabuki de verão e de cinemas.

Em Yotsuya fica ainda o templo Iwainari onde é venerado o espírito de Oiwa, porem corre uma lenda segundo a qual as pessoas que o visitam apenas por curiosidade ou descrentess, gradativamente tem os seus rostos deformados.

domingo, 23 de outubro de 2011

Receita: Melon Pan

Quem assisti anime, sabe que os personagens sempre comem esse tal do Melon Pan, só perguntar pra alguem que mora ou ja foi pro japão que vai elogiar esse pão, o que ele tem de especial?
Vamos aprender a fazer <3


Ingredientes
300g de farinha de trigo para pão

40g de açúcar
1 ovo médio mais água até completar 200g
24g de manteiga amolecida
6g de leite em pó
6g de fermento seco para pão
5g de sal

Modo de preparo:


Divida a farinha em 2 vasilhas: numa acrescente a manteiga e o sal e na outra, os demais ingredientes.
Na vasilha com ovos, misture tudo muito bem.
Bata até levantar bolhas e ficar uma massa elástica.
Junte o conteúdo da outra vasilha e misture com cuidado até toda a farinha se incorporar à massa.
Jogue a massa na mesa e sove até formar uma massa lisa e macia.
Não junte mais farinha, vá sovando até ela desprender das mãos. Demora mas tenha paciência. Quanto mais sovar, mais macia ficará sua massa.


Coloque a massa de volta na vasilha, cubra com filme plástico e deixe fermentando por 1 hora ou até dobrar de volume.
Depois de crescer, dê alguns soquinhos em toda a superfície da massa para tirar o gás acumulado.
Divida a massa em 12 porções (50g cada).
Modele em bolinhas e deixe descansando por 15 minutos.
Pré-aqueça o forno a 200oC.

Leve para assar por 15 minutos ou até que fiquem levemente corados.

Espero que tenham gostado, se puderem fazer, vale a pena fica bem gostoso!
Ate o proximo post
SAYONARA MINNA

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

..:: Nihon Blog ::..: Receita! Koshi-an

..:: Nihon Blog ::..: Receita! Koshi-an: Boa noite minna! Tudo bem com vocês? Espero que sim! Faz um tempinho que não tem Receitas aqui no blog né! hehe' ... Mas hoje voltando aqui ...

Novo! Receitas: Onigiri


Nova proposta do Blog, uma com receita, espero que gostem :3
Vamos começar com a receita mais conhecida, e simples, dos adoradores do Japão.

Ele mesmo o ONIGIRI nosso querido Bolinho de Arroz!

Igredientes

450 g de arroz japonês

500 ml de água
1/2 colher de sopa de açúcar
2 colheres de sopa de vinagre
Sal a gosto
Nori (algas) cortadas em tiras a gosto
Atum a gosto
 
 

Modo de Preparo.
 
Lave bem o arroz até que a água fique quase transparente, mas sem quebrar os grãos

Deixe-o descansar por 30 minutos na peneira, submerso em água de forma que essa ultrapasse um dedo a superfície do arroz, para que fique bem hidratado
Transfira para uma panela alta o arroz lavado e a água (de preferência panela a ante aderente), e deixe em fogo forte até ferver
Abaixe o fogo, acrescente o vinagre, o açúcar e o sal, misture levemente, e deixe cozinhar assim por 15 minutos
Desligue o fogo e deixe descansar (ainda com a panela tampada) por mais 10 minutos
Retire o arroz da panela, evitando a porção que grudou no fundo (se houver)
Os onigiri devem ser moldados ainda mornos)
Molhe as mãos com uma mistura de: 1 xícara (chá) de água e 1 colher (sopa) de sal
Com as mãos molhadas, pegue uma boa porção do arroz cozido aperte-o para que vire uma massa moldável sem quebrar os grãos, abra uma concavidade com o dedo e recheie com uma porção não muito grande de atum, cubra com outra porção de arroz e molde os bolinhos em formato redondo ou triangular
O importante é apertar o suficiente para que eles não desmanchem na hora de comer, mas não demais, a ponto de esmagar os grãos
Pode-se enrolar os onigiris com um retângulo de nori (alga), folhas cozidas ou cobrir com gergelim torrado (as folhas de nori são cortadas com tesoura o que permite usar a imaginação na hora de decorar seu onigiri)
 
Obs.: O recheio do onigiri pode ser variado a gosto, geralmente salgado ou azedo, no tradicional usa-se salmão frito.

domingo, 9 de outubro de 2011

Historia do Japão VII- Do imperador Shôwa ao imperador Akihito

Boa Galera chegamos ao final desse especial sobre a historia do japão, gostaria de agradecer ao
http://www.culturajaponesa.com.br/ por ter disponibilizado as informações.
E a todos que acompanharam, valeu!

- de 1926 aos tempos atuais


Ao falar da era Shôwa, remetemo-nos naturalmente ao imperador Hirohito -nome que usava quando vivo-, que teve o mais longo dos governos no Japão moderno. De 1926 até 1989, portanto por 64 anos, o imperador Shôwa governou um país que passou por uma guerra mundial, a responsabilidade e o peso da derrota, inclusive experimentando os horrores da bomba atômica, seguida de um intenso trabalho para a recuperação do país. Após a guerra. O imperador, até então considerado uma divindade, declara ser um homem de carne e osso. Falando pelo rádio para todo o país para explicar a derrota, e mais tarde, caminhando pelos destroços e pedindo para que o povo tivesse esperança para reconstrução, ele assumiu a condição de um ser humano. E foi a primeira vez que a grande maioria dos japoneses ouviu ou viu seu líder de perto.



Todas as contradições do Japão' estiveram presentes na era Showa. De nação bélica, o Japão se tornou um país pacífico, cujo espírito provém inclusive da cláusula de sua nova Constituição.



Quando o imperador Showa recebeu o governo de seu antecessor Taisho, a crise estava instaurada. O malogro da democracia tinha criado condições para o fortalecimento de forças paralelas. Para piorar, o "crack" da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a já debilitada economia japonesa. O desemprego chega a uma cifra assustadora: dois milhões de trabalhadores estavam fora das fábricas. Na zona rural, o preço dos produtos agrícolas chega ao ponto crítico. Em contrapartida, há o acúmulo de riqueza nas mãos dos capitalistas. Os partidos políticos estão ameaçados pela corrupção. Nesta instabilidade econômica e política nasce o germe do fascismo japonês. Trata­se de um sistema populista centralizador alicerçado na figura do imperador como o único caminho que poderá conduzir o Japão para o desenvolvimento.



Cada vez mais aumenta a influência dos militares diante do fracasso do sistema democrático. O incidente que vai reforçar a expansão imperialista japonesa, sob o comando dos militares, é o de Manchúria. A força japonesa estacionada naquela província desde 1919 provoca em 1931 uma explosão na Estrada de Ferro Sulmanchuriana, pertencente ao governo japonês. A culpa recai sobre os chineses e com isso surge o argumento necessário para justificar uma agressão militar. Assim se inicia o ataque a cidades chinesas pelo exército japonês.



Com a tomada do território, é declarada a independência da Manchúria, colocando como regente Pu Yi, o último imperador da dinastia Ching, deposto pela república. Este Estado, controlado pelos japoneses, é chamado Manchukuo­ - Nação Manchu.



A situação interna no Japão não é das melhores. Não há liberdade de expressão. Os líderes socialistas, operários e liberais desaparecem de cena. São condenados ao ostracismo ou desaparecem nos porões da repressão.



Devido as campanhas militares na China, a economia japonesa encontra-se dilapidada e o comércio exterior impedido de se expandir por pressão dos aliados. Foi quando os Estados Unidos resolveu dar o golpe fatal. O governo americano suspende em 1939 a venda de matérias-primas e demais insumos industriais para o Japão. O petróleo seria uma delas.



Nenhum acordo com o presidente Franklin Roosevelt foi possível. Do lado japonês, o endurecimento das posições se dá com o ministro da Guerra, o general Tojo Hideki, que ascende ao cargo de primeiro ministro. O general não queria mais acordo com os Estados Unidos, preferindo a opção pela guerra.



Ainda não tinha amanhecido em Havaí, em 7 de dezembro de 1941, quando a aviação japonesa ataca a base norte­americana de Pearl Harbor. Em seguida, declara guerra aos Estados Unidos e Inglaterra. Mas a entrada do Japão na guerra estava fadada ao fracasso. Já em 1942, os japoneses davam sinais de debilidade nas guerras do Pacífico.



Derrotada na guerra, o Japão precisa ser reconstruído e adaptado à modernidade. Mas antes, teve que arcar com as dores. As forças aliadas ocupam o Japão em 1945 sob o comando do general Douglas Mac Arthur. O período de ocupação americana, que vai de 1945 a 1951, serviu para o Japão retomar o caminho do desenvolvimento. Foram eliminadas as idéias bélico-imperialistas e restaurada a democracia. Uma década depois, o Japão mostrava sinais de recuperação. É daí a expressão "milagre japonês".



Algumas décadas foram necessárias para colocar o Japão entre os países adiantados. Se no início os produtos japoneses eram considerados baratos e ruins até pelos próprios japoneses, em pouco tempo o País passou a ameaçar os Estados Unidos como segunda potência econômica. Assimilando bem os ensinamentos dos americanos quanto ao aumento de produtividade e melhoria de qualidade, os japoneses passaram a adotar métodos de trabalho que hoje são utilizados no mundo inteiro, que visam principalmente a eliminar o desperdício no processo industrial. Na área comercial, os japoneses ganharam dos americanos em muitos segmentos. Produtos japoneses invadiram as lojas dos Estados Unidos.



O grande desenvolvimento econômico do Japão provocou, a partir da década de 80, um movimento inverso de imigração, comparado àquele do início do século. Os nikkeis do Brasil, do Peru e dos demais países sul-americanos estão retomando ao Japão como mão-de-obra não especializada. São conhecidos como "Dekassegui". Sonham retomar ao Brasil após alguns anos de trabalho no Japão. Por isso, trabalham arduamente a fim de poupar o suficiente para montar um negócio próprio ou adquirir bens no Brasil. Isso nem sempre se realiza. Depois de retomarem ao Brasil, passado algum tempo, voltam ao Japão. E o ciclo volta a se repetir enquanto não conseguem garantir uma estabilidade financeira. A comunidade brasileira no Japão é grande e com isso muitas casas de espetáculos procuram programar shows de música brasileira, enquanto muitos supermercados oferecem comidas típicas. É a cultura brasileira chegando naquele país.



Em 1989, os japoneses choram a morte do imperador Hiroito, que acompanhou os momentos mais difíceis do povo japonês. O imperador que assumiu a nova era, a de Heisei, Akihito, foi o primeiro a se casar com uma moça plebéia, a imperatriz Michiko, e também foi o primeiro a criar seus filhos em sua própria casa. Apesar de a aparência sempre discreta da família imperial ter se mantido a mesma, transformações estavam ocorrendo dentro da milenar tradição. O príncipe herdeiro, Naruhito, seguindo o exemplo do pai, também se casou com uma moça sem laços familiares com a nobreza.



O Japão moderno, consciente de sua limitação territorial e de recursos naturais, procura manter uma relação de cordialidade com todos os países, incentivando sempre o intercâmbio comercial e cultural, Dependente de fornecedores externos, o Japão se tornou o principal exportador de produtos manufaturados e detentor da tecnologia de ponta em quase todos os setores industriais.

Extraído do livro História do Japão – Origem, Desenvolvimento e Tradição de um País Milenar.



Leia mais no livro “História do Japão em Mangá” – 2ª edição 2001, Associação Cultural e Esportiva Saúde, autores: Francisco Noriyuki Sato, Antonio Paulo Goulart, Roberto Kussumoto e Francisco Handa.

Fonte: www.culturajaponesa.com.br



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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Historia do Japão VI- Da modernização Meiji à democracia Taishô


- de 1868 a 1926

O fim do domínio dos shoguns acontece no momento em que o mundo ocidental acabava de experimentar as principais revoluções civis, como a americana e a francesa. E a economia capitalista necessitava cada vez mais de novos mercados, inclusive o japonês. O isolamento provocado após a instauração do shogunato Tokugawa contrariava as leis de oferta e procura. Foi assim que a pressão internacional para a abertura dos portos começou na metade do século passado. Sem sucesso, entre os séculos XVIII e início do XIX, os navios ingleses e russos tentaram quebrar o isolamento. Entretanto, a situação iria se modificar.



A intervenção foi dos Estados Unidos na qual o comodoro Mathew Perry entrega uma mensagem ao emissário do shogum pedindo o fim do isolamento. Este fato acontece em 1853. A abertura dos portos iria provocar, posteriormente, a derrubada do shogunato. Os antigos inimigos de Tokugawa, instalados em Kyushu, aproveitando-se da situação, conspiram. Período em que senhores feudais debelam-se contra os estrangeiros, demonstrando também descontentamento com a fraqueza do shogum. Quem se fortalece neste momento é o imperador, apoiado pelos que querem a derrubada do shogunato Tokugawa.



Por fim, depois de um longo período governado pelos shoguns, o governo centralizado na figura do Imperador volta a existir. A volta dos poderes ao Imperador ocorre em 1867.



Quem se encontra no trono é o jovem Mutsuhito que assumiu aos 14 anos, após a morte do imperador Kômei em 1866.



O retomo do governo para o imperador significa uma total reestruturação nacional, que passa a se chamar Restauração Meiji. Para realmente modificar as estruturas do país, Mutsuhito, o imperador Meiji precisou promover as mudanças mais radicais, como o abolição da classe dos samurais. Precisava modernizar o país para atender as necessidades de desenvolvimento capitalista. Em 1890 foi instituído um governo constitucional, tendo como modelo a constituição alemã.



Com o tempo, o governo japonês começa a enfrentar questões internacionais. Quer que a Coréia estabeleça relações comerciais com o Japão. Mas a China, que cobrava tributos da Coréia e a via como parte de seu território, não se simpatiza com os interesses japoneses. O desentendimento com a China irá lançar o Japão na primeira experiência bélica com o uso de armamentos modernos. Surpresos, os países do Ocidente assistem a vitória japonesa sobre a China. Aumenta no Japão o sentimento nacionalista, fortalecendo o espírito militar.



Numa outra guerra, desta vez com a Rússia, novamente o sucesso esteve do lado do Japão. A partir de então, o Japão pode se considerar a nação mais influente de toda Ásia.



O mérito do imperador Meiji, que governou o Japão por 45 anos, foi o fortalecimento interno, modernizando em pouco tempo os setores industriais, políticos e sociais. É também o momento de efervescência intelectual com a tradução e leitura dos clássicos ocidentais.



Durante o governo Meiji, a concentração urbana causada pelos êxodos rurais, vai provocar a emigração para outros países. Primeiro os emigrantes foram para o Havaí, depois Peru e, a partir de 1908, vieram para o Brasil.



O fenômeno emigratório japonês é conseqüência de momentos de grandes mudanças estruturais na sociedade japonesa. Se durante o período de reclusão, da era Tokugawa, os japoneses tiveram que isolar-se do resto do mundo, mudanças radicais aconteceriam com o advento da era Meiji. De certa forma, o processo se deu de maneira inversa. A transição do trabalho campesino para o industrial trouxe conseqüências drásticas. Problemas de modernidade que o Japão foi obrigado a resolver através da emigração.



O imperador Meiji morre em 1912, tendo como sucessor o príncipe Yoshihito, o imperador Taishô. É neste governo que o Japão participa da I Guerra, ao lado dos aliados. Não foi um governo centralizador como o de Meiji, caracterizado pelo avanço das idéias democráticas. Os democratas queriam menos poder para o imperador e mais para o povo. O sufrágio universal se torna lei em 1925, mas só beneficiando homens acima de 25 anos. Movimentos de cunho operário ganham notoriedade ao lado das idéias socialistas e as dos sindicatos.



Entretanto, mal a democracia começa a criar raízes, nos moldes ocidentais, ela tem morte prematura. Tal como o cristianismo nos séculos XVI e XVII, a democracia é uma idéia pouco atraente para a aristocracia japonesa. A oligarquia não está disposta a ceder espaço. O primeiro-ministro Hara Takashi assume o cargo em 1918. Três anos foram suficientes para que um atentado colocasse fim ao seu governo. Hara não era ligado nem à aristocracia e nem à oligarquia "hambatsu", que apoiava o imperador.



No setor econômico, o Japão obteve sucesso durante o período Taishô. Conseguiu monopolizar o mercado asiático, sem a intromissão dos europeus. Devido a desgaste provocado pelo conflito de 1914 a 1918, a Europa estava debilitada. Os industriais japoneses lançam-se a construir navios diante da escassez mundial deste produto. E conseguem capitalizar na indústria naval. Os produtos industrializados, antes fornecidos pela Alemanha, agora são fabricados pelos japoneses que conquistam o mercado. É o caso dos produtos químicos, medicamentos, tintas e adubos. Dos ingleses, os japoneses tomam o mercado asiático de fiação e tecelagem.



Os grandes bancos japoneses são formados nesta época, devido, principalmente, ao crescimento do parque industrial. São grupos de créditos como o Mitsui, Mitsubishi, Sumitomo, Yasuda e Daiichi.



O crescimento da economia japonesa foi temporário. Durou enquanto a Europa demorou para se recuperar. Com o fim da guerra, os japoneses conheceram o reverso do sucesso capitalista. Os produtos japoneses perdem espaço no mercado. Com isso, a recessão toma conta da vida dos japoneses, mas é justamente nesta situação que prosperam as idéias democráticas.



O fim da era Taishô, de altos e baixos, de democracia e crescimento econômico, vai ser marcado com a ascensão das idéias nacionalistas, com o respaldo dos militares.





Do imperador Shôwa ao imperador Akihito

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Historia do Japão V- Do período Edo aos tempos modernos


- de 1603 a 1867



Mais hábil que os seus antagonistas Nobunaga Oda e Hideyoshi Toyotomi, leyasu Tokugawa conseguiu obter o poder após a derradeira vitória na Batalha de Sekigahara em 1600. Tokugawa era mais um político, que sabia esperar, do que um guerreiro. Foi assim que ele conseguiu obter sucesso. A partir de 1603 começa o último shogunato, o do clã Tokugawa. Nova mudança de capital. Tokugawa preferiu a longínqua vila de Edo, mais tarde Tóquio, distante dos centros aristrocráticos, na região de Kantô.

Não quer repetir os erros dos shogunatos anteriores de permitir que os feudos se fortaleçam e iniciem uma nova guerra civil. Visando este objetivo, Tokugawa fortalece o shogunato, o governo centralizador, e vigia a ação de seus aliados e de antigos inimigos. Este sistema garante um período de imensa paz, que os historiadores denominam de "Pax Tokugawa".



Com Tokugawa no governo, os ânimos são abafados. As divisões em classes sociais, iniciadas por Hideyoshi, tornam­se marcantes. Eram elas em ordem hierárquica: samurais, lavradores, artesãos e comerciantes.



Como visava a reconstrução do país, após mais de cem anos em guerra, Tokugawa resolve tomar medidas duras. Uma delas é a expulsão dos estrangeiros, no caso portugueses e espanhóis. O cristianismo é proscrito e os cristãos perseguidos pelo governo. Por fim, o governo resolve fechar os portos a todos os navios estrangeiros, exceto dos chineses e dos holandeses. Os holandeses só podiam ficar na ilha de Dejima em Nagasaki.



Ainda no primeiro século da administração Tokugawa, as últimas resistências tinham de ser vencidas. A mais significativa foi a revolta de Shimabara, em 1637. Os camponeses revoltam­se contra a opressão dos senhores de Hizen e Amakusa. São mais de 25 mil revoltosos, somando-se aos camponeses os samurais derrotados em Sekigahara e os cristãos proscritos. A revolta tem à frente um católico, o jovem samurai Shiro Amakusa, de 16 anos.



Outras revoltas vão acontecer, sendo sempre abafadas e os revoltosos punidos. Eram revoltas por causa de problemas relacionados à terra. São menos significativas do que as mudanças que ocorrem durante este período de paz. Com o passar das décadas, a classe dos comerciantes começa a ganhar importância. É ela que fomenta a cultura das áreas urbanas. Os senhores feudais pegam dinheiro emprestado dos comerciantes.



Graças aos comerciantes, as cidades se desenvolvem. Principalmente em Edo e Osaka intensificam as transações comerciais. A indústria é igualmente beneficiada. Período de fartura, a cidade conduz também ao esbanjamento. A cultura, antes confinada nos palácios, escapa para as ruas. É a vez da cultura popular. A escola não é mais privilégio dos nobres. Todos que vivem na cidade podem aprendem a ler e escrever.



Nunca produziu-se tanta literatura como nesta época. E os livros de grande tiragem ficavam ao alcance do povo em geral. A arte popular tendia para as poesias "haikai" e "senryu", para o teatro "kabuki" e "Jôruri", para as xilogravuras ukiyo-e.



As mudanças em todos os setores, inevitavelmente iriam dilapidar a imagem do samurai. Sem mais guerras, a classe guerreira tornou-se uma lembrança do passado, que não tinha acompanhado o desenvolvimento da história. Quem entrava em crise não era somente o shogunato, mas o seu equivalente, o samurai. Em oposição ao samurai estava o comerciante, chamado de chõnin.